Terminei de ler “Romance luminoso” (Companhia das Letras), de Mario Levrero, escritor uruguaio.
Um pouco mais da metade do livro é seu diário. Ele descreve a rotina de quem precisa escrever um romance porque ganhou uma bolsa para isso. Mas ele se dispersa, é viciado em programas de computador e romances policiais que encontra em sebos e bancas, tem uma companheira que o visita e com quem passeia, alguns problemas de saúde e uma médica com quem foi casado, alunos em oficina literária e, com tudo isso, não consegue escrever nada além do diário.
Fico encantada por esse apego aos romances policiais. Ele gosta dos mais antigos e brinca que não leu Agatha Christie. A certa altura, diz: “Assim funcionam os vícios, e a pessoa chega a sofrer grandes humilhações por necessidade da droga. Já sei que um dia vou acabar lendo Agatha Christie”.
Ele gosta desses autores: John D…
Ver o post original 426 mais palavras