O processo criminal de Euclides da Cunha, vítima de homicídio

Outro dia descobri um livro com o processo criminal correspondente à morte de Euclides da Cunha por Dilermando Cândido de Assis (“Euclides da Cunha: autos do processo sobre sua morte”).

Euclides foi assassinado e o júri concluiu que Dilermando agiu em legítima defesa. Deve ter sido, já que Euclides foi armado à casa do rapaz que namorava sua companheira.

Um dos maiores escritores do Brasil transformou-se em personagem principal de uma trama jurídica e passional. Euclides da Cunha era um grande pesquisador do Brasil e foi engolido por conflitos familiares de intensidade máxima. Teve um fim menos heróico e mais humano.

Os depoimentos do processo esfriaram o drama em que a família de Euclides vivia: a paixão e o relacionamento ao mesmo tempo assumido e consistente de D. Saninha com Dilermando, absolvido.

De tudo ficaram gritos, tiros e o corpo de Euclides da Cunha, o corpo de delito. Também ficaram vivos “Os sertões”, o jornalismo, a observação atenta e apaixonada de um engenheiro que ia longe para ver e contar um Brasil desconhecido. Se não fosse um homem delirante – não sei bem se essa é a palavra-, Euclides da Cunha não teria escrito uma obra que se reescreve a cada momento, a cada leitura.


Sobre Paula Bajer Fernandes

Sou escritora e moro em São Paulo. Além de livros publicados (na área jurídica e romances), além de contos, tenho dois blogs: Lolita e Nove tiros em Che Lidu. Criei o blog Lolita em 2009 para falar de imagens, lugares e escritos (http://lolitaimaginario.com). O blog Nove tiros em Chef Lidu (cheflidu.com) é um espaço sobre processos criativos e novelas policiais. Todo livro tem um outro lado, como as cenas que não entraram em um filme e ficam no DVD, entrevistas com atores e o diretor. Senti vontade de prosseguir um pouco no romance Nove tiros em Chef Lidu e aproveitei o lançamento em formato digital para começar o blog. O blog continuou. Sou autora de Viagem sentimental ao Japão (Rio de Janeiro, Apicuri, 2013), Asfalto (livro de contos em formato digital), Nove tiros em Chef Lidu (Editora Circuito, 2014 e e-galáxia, e-book) e Feliz aniversário, Sílvia (Editora Patuá, 2017). Em abril de 2016 publiquei o fanzine O mergulho, com textos e fotos minhas e direção de arte e ilustrações de Rodrigo Terra. Integro o Coletivo Martelinho de Ouro. Participei de cinco publicações do Martelinho: Achados e perdidos (RDG, 2013), 50 anos daquele 64, Serendpt (Livrus), publicados também em formato digital. Em novembro de 2015 foi publicado o fanzine Fancine. Sub, livro de contos do Martelinho sobre tudo que pode estar oculto, foi publicado pela Patuá no fim de 2016. A Editora Patuá publicou, no fim de 2017, Eu não sou aqui, do Martelinho. Tenho dois contos no livro. Em julho de 2018 o Martelinho publicou Sóis e sombras, fanzine distribuído da Casa do Desejo, na Flip, e na Balada Literária, em São Paulo.
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